Em apenas dois anos, o número de golpes envolvendo criptomoedas aumentaram em 3.893%, diz pesquisa; especialista dá dicas para se proteger nesse meio

Os golpes na internet existem desde que o universo digital foi criado. As mudanças neste meio ocorrem de forma acelerada e, da mesma forma, as ações ilegais também se adaptam aos novos cenários. Atualmente, um dos maiores receios nesse aspecto está presente na vida de quem investe em criptomoedas.

De acordo com um levantamento da LunaCrush, desde que foi iniciada a análise de dados em redes sociais com foco em criptomoedas, há dois anos, o número de golpes envolvendo esse ativo digital aumentou 3.893%. O número é alarmante e indica a importância de se proteger nesse meio.

O advogado criminalista, Ciro Chagas, que estuda em sua tese doutoral sobre regulação de criptoativos e práticas de prevenção à lavagem de capitais-PLD, explica que, assim como no mundo “real”, no universo da internet, a promessa de ganhar dinheiro muito rápido e fácil deve sempre ser motivo de desconfiança. “Em muitos casos, os consumidores são atraídos por promessas falsas. Como as criptomoedas ainda são relativamente novas para a população em geral, por não conhecerem a fundo o funcionamento deste mercado, os golpistas conseguem tirar proveito”, diz.

Dicas

Ciro Chagas destaca que, para quem está começando, o primeiro passo é sempre estudar o assunto em detalhes. “Primeiro, aprenda tudo que puder. Busque especialistas na área, leia, procure diferentes pontos de vista para ir moldando o seu entendimento sobre o assunto e nunca confie em promessas milagrosas”, acrescenta.

Além disso, o advogado ainda cita algumas outras dicas sobre o assunto:

Confira detalhadamente quem são os criadores do projeto – geralmente, golpistas se aproveitam do anonimato para realizar suas ações. Antes de embarcar em qualquer projeto, verifique se os criadores utilizam seus nomes verdadeiros, visite redes sociais, sites, verifique se eles possuem conhecimento e qual o interesse do projeto. Evite quem utiliza pseudônimos.

Verifique se o ativo está listado nas grandes plataformas de negociação – as grandes corretoras seguem padrões rigorosos para oferecer uma criptomoeda. Dê preferência para esse tipo de oferta. Caso opte por uma pequena corretora, sempre verifique sua reputação. Se não conseguir nenhuma informação segura, o melhor é não arriscar.

Pesquise o objetivo do projeto – ativos criptografados costumam possuir determinadas funções e podem ser utilizados para determinadas ações. Para aqueles ativos que não possuem um objetivo definido, corre-se o risco de estar diante de apenas especulação, o que aumenta o risco do investidor.

Fonte: Ciro Chagas, advogado criminalista. Sócio do Chagas Hespanhol Advogados, Especialista  e Mestre em Direito Penal Econômico. Atualmente, na Universidade Federal de Minas Gerais, realiza estudo de tese doutoral sobre o processo regulatório de criptoativos e práticas de prevenção à lavagem de capitais-PLD.