Especialista em planejamento urbano aponta falhas na administração da via e destaca importância de melhorias para reduzir acidentes e morteS

O Anel Rodoviário de Belo Horizonte, com cerca de 27 quilômetros de extensão, é uma via crucial para o tráfego da capital mineira, começando no encontro entre BR-262 e BR-381 e terminando na junção entre BR-040 e BR-356. Recentemente, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) solicitou uma mudança na administração da rodovia, que é parcialmente gerida pela concessionária Via 040, responsável por cerca de 10,5 quilômetros do trecho considerado mais perigoso. A PBH argumenta que esse trecho passou por poucas alterações e que o número de acidentes e mortes tem aumentado, justificando a necessidade de uma intervenção mais eficaz.

A justiça, no entanto, negou o pedido da PBH, mantendo a administração do trecho com a Via 040. Apesar disso, o debate sobre a segurança e a gestão do Anel Rodoviário continua. Segundo a especialista em planejamento urbano, Bárbara França, a necessidade de mudanças na rodovia é evidente. “O Anel Rodoviário é uma artéria vital para Belo Horizonte, mas sua infraestrutura atual não atende às demandas de segurança e fluxo de veículos que temos hoje. A ausência de melhorias significativas no trecho administrado pela Via 040 é preocupante, especialmente considerando o aumento no número de acidentes fatais”, afirma.

O Anel Rodoviário, embora concebido como uma via metropolitana e federal, há muitos anos se tornou uma via urbana, fazendo parte do contexto da cidade. Ele é utilizado para deslocamentos internos de Belo Horizonte, ligando diversos bairros. “A transformação do Anel Rodoviário em uma via urbana implica em uma série de desafios que precisam ser enfrentados para garantir a segurança e eficiência do tráfego. Melhorias pontuais, como a construção de viadutos e passarelas para pedestres, são essenciais para proteger a população”, destaca Bárbara França, citando propostas do prefeito Fuad Noman para reduzir o número de vítimas na rodovia.

A especialista destaca que a rodovia não apenas facilita o trânsito entre diferentes regiões da cidade, mas também serve como um importante corredor logístico para o transporte de cargas que atravessam a região metropolitana. “A importância do Anel Rodoviário vai além do tráfego local. Ele é essencial para a economia da cidade e do estado, conectando importantes rodovias federais que cruzam Minas Gerais. No entanto, sem melhorias na segurança e na gestão da via, estamos colocando em risco vidas e comprometendo a eficiência logística da região”, explica.

Prevenção de Acidentes e Mudanças Necessárias

Para aumentar a segurança, Bárbara sugere intervenções abrangentes, incluindo a duplicação de pistas, a instalação de barreiras de proteção e melhorias na sinalização. Ela enfatiza também a importância de um sistema de monitoramento mais eficaz para identificar e reagir rapidamente a incidentes. “A modernização da rodovia é essencial. Precisamos de soluções tecnológicas que possam prevenir acidentes e oferecer respostas rápidas em caso de emergências. A instalação de câmeras de monitoramento e a implementação de sistemas inteligentes de gestão de tráfego podem fazer uma grande diferença”, complementa.

A discussão sobre o futuro do Anel Rodoviário de Belo Horizonte é urgente e necessária. A segurança dos motoristas e a eficiência logística da região dependem de ações concretas e imediatas para melhorar a infraestrutura e a gestão da rodovia. As observações da Bárbara França reforçam a necessidade de uma abordagem integrada e proativa para garantir que essa via crucial possa continuar a servir a população de Belo Horizonte de forma segura e eficiente.

 

Fonte: Bárbara França – professora, pós-doutora em Planejamento Urbano, ativista ambiental, especialista em problemas urbanos e ambientais.

 

Foto: Acervo Pessoal | Divulgação